top of page

​​​​​

               Esse trabalho,

     eu faço pela intimidade  

   comigo mesmo que a pintura    

             me  proporciona.           

Esta coleção de trabalhos é composta de pinturas feitas sobre papel.

Papeis esses das caixas de remédios que me acompanharam e garantiram a minha autonomia.

 

As caixas quando expostas tomam

a forma de cruz.

Um dia eu parei de chamar as caixas

de remédio de caixas.

Eu enxerguei nelas estandartes.

Foi ai que percebi que a conexão com

a doença já não era mais o centro da história.

Virou ponto de partida para investigações muito mais profundas.

 

Os estandartes representam os marcos desse percurso. São cruzes que fui erguendo para registrar por onde passei e também para encontrar o caminho de volta, caso ficasse escuro demais.

 

Alegorias de um auto descobrimento. Delimitando fronteiras, algumas amistosas outras hostis. Invento rotas

de fuga e encontro abrigo no vazio dentro da carne.

proto.jpg
poltron A2 copy.jpg
caixa aberta silhoeta_edited_edited.png

Nas pinturas figuram inseguranças, fragilidades e perturbações de

se experimentar como quem existe

e habita nesse corpo.

 

Mas nestas também há um festejo da manutenção da autonomia e da esperança. Assim, cada caixa pintada

é uma bandeira em

forma de cruz.

Um estandarte de si mesmo.

IMG_6666 copy_edited.jpg
piscina-jpeg.jpg

Na práticas as pinturas relatam um emaranhado de vivências, sentimentos e afetos, originados de acontecimentos interiores.

 

O habitante do corpo realizando o enfrentamento dos sintomas, das próprias fantasias, do medo, da culpa da sobrevivência, da expectativa.

 

São figuras-emblemas,  insígnias descomprometidos com qualquer materialidade que decoram os estandartes e prestam-se mais a dar imagem e ambiência a segredos pessoais. 

vgogh copy.jpg
IMG_2913_edited_edited.png
caixaremedioantigo.png
IMG_6499.heic
adnauseamok copy 2.jpg
corpo.png

Esses trabalhos são parte  de uma  transformação na forma

como faço pintura.

Eles me deram a oportunidade de experimentar uma pintura viva, sem planejamento, sem anunciar seu fim.

Uma forma de lidar com o improviso, concessões, frustrações e limitações.

Tudo isso desatou um novo grau de intimidade comigo e aprofundou questões que me constituem como sujeito e pintor.

O que não significa que eu esteja totalmente confortável em abrir as caixas para o mundo.

Acho que nunca estarei.

IMG_1996_edited.jpg
corpo.png
formigas_edited.png
bottom of page